Nos trilhos do metrô de Salvador, mais precisamente dentro de um dos vagões em movimento, um vídeo viralizou nas redes sociais nos últimos dias: um vendedor ambulante, com carisma de sobra e queijo coalho no palito, conquista os passageiros com seu jeito autêntico e seu grito de guerra. Enquanto muita gente se surpreende, outros reconhecem ali uma velha conhecida: a realidade do corre baiano.
No vídeo, o homem aparece oferecendo seu produto de forma espontânea, arrancando sorrisos e aplausos dos passageiros. A cena rapidamente repercutiu nas redes, recebendo comentários como “isso é Salvador raiz” e “empreendedorismo é isso aí!”.
Mas por trás da leveza do momento, existe uma polêmica: a CCR Metrô Bahia, empresa responsável pela operação do sistema metroviário na capital, proíbe qualquer tipo de atividade comercial não autorizada dentro de suas instalações, incluindo os vagões e estações. A prática de venda ambulante nas dependências do metrô é considerada irregular e passível de retirada pelos agentes de segurança.
Mesmo assim, o episódio escancara uma discussão mais profunda: como ignorar a criatividade e a garra de quem transforma cada espaço em oportunidade, quando o desemprego e a informalidade são realidade para milhões de brasileiros?
Empreendedorismo ou sobrevivência?
O caso reacende o debate sobre o empreendedorismo informal, tão presente nas grandes cidades. Para muitos, vender no metrô é uma infração; para outros, é apenas uma forma de levar sustento pra casa. E em Salvador, onde o improviso e a luta caminham lado a lado, isso ganha ainda mais peso.
A frase que embalou as reações ao vídeo resume tudo: “Salvador não é pra amadores.”
Porque aqui, até o vagão vira vitrine, e o corre nunca perde a hora.
